Bons frutos perto da árvore
Publicado em 02/07/2025
Família de Pitanga (PR) usa tecnologia e sementes C.Vale para ampliar produtividades
Mais de quatro décadas se passaram desde que os Poletto se instalaram em uma área de 430 hectares comprados em Pitanga, região central do Paraná. Eles já eram produtores rurais em Campinas do Sul, no norte do Rio Grande do Sul, onde mantinham uma cerealista, e resolveram apostar no cultivo de grãos nas terras vermelhas seguindo a trajetória de outros produtores gaúchos. “O solo do Paraná ainda não tinha sido corrigido para soja. Foi bastante sofrido o começo”, lembra Valter Poletto Júnior, filho de pai de mesmo nome, que havia comprado a área em sociedade com tios de Júnior.
Naquela época, na primeira metade dos anos 1980, áreas recém-abertas eram exploradas com milho e depois com soja. As correções de solo eram feitas apenas com o uso de calcário em taxas fixas, a partir de análises bem esporádicas, ou seja, lá de vez em quando. Só bem mais tarde, em 2021, é que Poletto Júnior passou a utilizar a agricultura de precisão, depois de acertar com a equipe técnica da C.Vale de Pitanga os parâmetros das amostras. “Era meu sonho trabalhar com a agricultura de precisão”, confessa.
As terras onduladas de Pitanga, com altitude acima de 900 metros, passaram a receber, também, as sementes de soja produzidas pela C.Vale em Santa Catarina. Poletto procura fazer a semeadura de quatro ou cinco cultivares escalonando o plantio. Os ajustes na qualidade do solo e o uso de cultivares apropriadas à região foram decisivos para assegurar mais uniformidade de rendimento e elevar a produtividade média da soja em aproximadamente 25%, passando de 58 para 72 sacas/hectare. Mas Poletto Júnior quer ir além e aumentar o rendimento para 80 a 82 sacas/hectare. Para isso, conta com a assistência técnica e com tecnologias disponibilizadas pela C.Vale. Ele já definiu com a cooperativa uma segunda rodada de coleta de amostras de solo, nos moldes da primeira. “Foi muito bom o resultado, por isso vou repetir. Hoje, sem informação nós não conseguimos dar um passo à frente. O Fernando da Cruz (agrônomo) acompanha o nosso dia a dia, dá uma assessoria muito grande na tomada de decisões”, elogia.
Gosto que vem de berço
Valter Poletto Júnior herdou dos pais o gosto pelo campo. Com 6 anos ele já estava em cima dos tratores. Quando cursava Agronomia, se os pais não iam buscá-lo na cidade, ele arrumava carona para passar o fim de semana na propriedade. O pai já partiu desse mundo, mas a mãe Ivete o ajuda bastante levando alimentação à lavoura, retirando produtos na cooperativa e auxiliando na condução dos negócios. A esposa Patrícia Albuquerque Zampier costuma alertá-lo para não dar importância excessiva aos problemas do agronegócio para que os filhos Beatriz, 14 anos, e Vítor, 9 anos, não cresçam pensando que a profissão seja apenas fonte de dificuldades. “A gente tem que mostrar para eles que o agronegócio é bom e rentável”, recomenda. Valter Poletto concorda com a esposa e vai além. “Hoje, a qualidade de vida no campo é melhor que na cidade. É quase tudo mecanizado, não se ergue mais peso, as máquinas têm ar-condicionado, GPS e internet. A gente gostaria que pelo menos um deles permanecesse no campo”, projeta Poletto. Valter e Patrícia estão cultivando a árvore da posteridade para que o fruto caia perto do pé.
RAIO X
FAMÍLIA POLETTO
Município: Pitanga, Santa Maria e Turvo (PR)
Área de cultivo: 677 hectares
Cultivo: Soja, trigo e feijão
Renda: soja (90%); demais (10%)