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Pioneirismo no agronegócio

Publicado em 30/12/2025

Produtores se beneficiam de novidades tecnológicas adotadas pela C.Vale

 

Quase três décadas se passaram desde que a C.Vale, de forma pioneira, adotou a climatização de aviários para a criação comercial de frangos, a partir de 1997. Essa tecnologia só era usada em países do Primeiro Mundo e foi trazida para o Brasil por Alfredo Lang, então com 49 anos, em seu primeiro mandato como presidente da cooperativa. “Muitos me chamaram de visionário louco, que ia quebrar a cooperativa”, recorda. A tecnologia deu tão certo que passou a ser utilizada por todas as integrações avícolas brasileiras.

Vinte e oito anos depois, a C.Vale está levando ao campo outra inovação: a criação de tilápias em tanques recobertos com geomembrana, um material flexível, soldável e resistente ao sol. Esse novo sistema traz duas grandes vantagens em relação ao sistema convencional: redução do uso de água e um aumento bastante expressivo do número de peixes por metro quadrado de água.

O associado Moacir Niehues, produz tilápias em 17,5 hectares de lâmina d’água na Linha São Sebastião, interior de Palotina (PR). Depois de conhecer a nova tecnologia, ele decidiu ampliar a piscicultura construindo mais 12 tanques de 16 X 250 metros, com geomembrana. As obras começam em janeiro e quando estiverem, no segundo semestre de 2026, vão ampliar em 2,88 hectares a área de criação da propriedade.

Ao participar do Dia de Campo 2025/26 da C.Vale, Moacir Niehues e o filho Guilherme encontraram Alfredo Lang e o gerente do Departamento de Peixes, Paulo Poggere. O produtor revelou que vai investir R$ 7 milhões para colocar a nova tecnologia em operação, valor que inclui a infraestrutura completa dos tanques e todos os equipamentos necessários. Os recursos virão da linha Fiagro-FIDC disponibilizada pela C.Vale, Fomento Paraná e Sicredi, com juros de 9% ao ano.

 

DOIS MILHÕES DE TILÁPIAS

Alojando 1,2 milhão de tilápias por ciclo, desde 2022, em nove tanques convencionais, ele assegura que a piscicultura é mais rentável que a produção de grãos. Habituado aos cálculos como diretor-executivo (CEO) da Sicredi Vale do Piquiri ABCD PR/SP, Moacir explica a decisão de apostar na nova tecnologia com base em números. Aumentando a área da piscicultura em apenas 16%, ele vai ampliar o alojamento de tilápias em 72%. Isso porque o novo sistema permite o alojamento de 30 peixes por metros quadrado contra 7 peixes pelo método convencional. Assim, ele vai passar a alojar pouco mais de dois milhões de tilápias por ciclo.

Multiplicando em mais de quatro vezes o número de peixes por metro quadrado, Niehues vai montar uma estrutura reforçada para garantir o fornecimento de energia elétrica sem interrupções. Além da linha que leva energia à propriedade, a estrutura terá dois conjuntos de geradores. Caso ocorra alguma interrupção do fornecimento, uma linha de geradores entra em funcionamento. Se eles também falharem, a segunda linha de reserva é acionada. Esse cuidado é necessário para garantir a oxigenação da água permanentemente, sem riscos diante de uma lotação tão alta. 

Ao lado do filho Guilherme, futuro sucessor na atividade, Moacir pega o celular e faz um cálculo comparativo. Seriam necessários 232 hectares de soja para produzir renda bruta equivalente aos 2,88 hectares destinados às tilápias em alta densidade.  “A C.Vale me passou muita segurança quanto ao futuro da piscicultura. Esse sistema é o futuro. Os outros produtores vão migrar para esse sistema de criação de alta densidade”, projeta Niehues.

 

Esta é a reportagem de capa da REVISTA C.VALE, edição Novembro/Dezembro de 2025. 

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