Medida prevê alongamento de débitos de produtores afetados por problemas climáticos

A securitização é a alternativa que o agronegócio precisa para viabilizar o pagamento de dívidas contraídas por produtores brasileiros que perderam safras por problemas climáticos. A iniciativa está recebendo o apoio da C.Vale, a segunda maior cooperativa agropecuária do Brasil. A medida, proposta originalmente pelo Movimento SOS Agro RS, foi transformada no projeto de lei 320, de 2025, apresentado pelo senador gaúcho Luiz Carlos Heinze. O texto trata do alongamento de débitos contraídos por produtores com áreas impactadas por eventos climáticos a partir de 2021. Nos último cinco anos, o agronegócio brasileiro passou por quatro La Niñas e um El Niño. O Rio Grande do Sul enfrentou a maior estiagem de sua história, em 2022, e uma enchente de proporções recordes em 2024. Outros estados, como Paraná e Mato Grosso do Sul, também foram afetados, mas em menor intensidade.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, entende que essa solução permitiria aos produtores a “reestruturação de suas obrigações com mais justiça e equilíbrio”. Lang avalia que a repactuação dos débitos garantiria a permanência de produtores no campo e a segurança das operações rurais. Ele sustenta que a aprovação do projeto teria impactos não somente sobre o agronegócio, mas para toda a cadeia produtiva ligada ao segmento.

Lideranças de produtores gaúchos estão buscando o apoio de deputados e senadores para aprovar a medida. O tema também está sendo tratado junto ao Ministério da Agricultura.

A C.Vale é formada por mais de 28 mil produtores, dos quais 4.750 do Rio Grande do Sul. A cooperativa atua no estado desde 2015, com 28 unidades de recebimento de grãos.