Tradição e inovação produzem realização
Publicado em 28/01/2025
Família Corrêa Nunes, de Laguna Carapã (MS), incrementa resultados da pecuária de corte
Quinto maior produtor de gado do Brasil, com mais de 18 milhões de cabeças, o Mato Grosso do Sul tem agropecuaristas com longa tradição na criação de animais. Em muitas famílias, a pecuária é uma atividade que passa de pai para filho, mas as gerações mais recentes estão sabendo se valer de novas tecnologias de manejo e alimentação para melhorar a rentabilidade da atividade. Em Laguna Carapã, no sul do estado, a pecuária está no sangue da família Corrêa Nunes. Eles estão entre os poucos pecuaristas que atuam nos três ciclos: cria, recria e engorda.
Na fazenda Barretos, 300 animais são engordados por ano com uma dieta que combina pastagem com ração. Os bezerros, ainda na fase em que estão mamando, são criados no sistema creep feeding, em que recebem suplementação com ração no cocho dentro de uma área cercada a que só eles têm acesso. Na fase de recria, os animais se alimentam de pastagem e ração. Na fase de confinamento, somente de ração.
Na propriedade, em média, 900 cabeças das raças Nelore, Senepol, Angus e Braford ocupam 400 dos 1.700 hectares de terra. O patriarca Jarbas e os filhos Olyntho Corrêa Borges Neto, Flávio e Marcelo destinam o restante da área à cana-de-açúcar, soja e milho.
Jarbas herdou do pai Olyntho Corrêa Borges o gosto pela pecuária e faz questão de lembrar de seu antecessor. “Meu pai foi um homem trabalhador, campeiro”, conta, apontando para um quadro com uma foto dele em uma parede da casa. A pecuária está no sangue da família há seis gerações, mas a tradição se faz acompanhar da incorporação de novas formas de manejo. Desde 2022 os Corrêa Nunes fornecem rações e sal mineral C.Vale ao rebanho e o ganho de peso dos animais apareceu rapidamente. O gerente da fazenda Barretos, José Aparecido de Meneses, registra que a dieta elevou o ganho de peso de 500 gramas para 1,5 quilo nos animais em recria.
GANHO DE PESO
O filho Olinto revela que a mudança na alimentação permite que os animais cheguem aos 18 meses de idade com 18 arrobas, em média, o equivalente a 270 quilos. “As médias estão muito legais. São novilhos precoces com boa cobertura de gordura”, explica. Essa condição gera bonificação no pagamento pelos frigoríficos. Conforme Olyntho, os bezerros começam a comer ração aos quatro meses, quando ainda estão mamando, para estarem acostumados ao alimento assim que são separados das mães. “Estamos colhendo bons resultados. Temos uma sintonia muito boa entre a nossa equipe e a da C.Vale”, diz Olyntho. A família é atendida pelo veterinário Vinícius de Lima, da unidade de Caarapó.
VIDA DE BENÇÃOS
O bom desempenho da pecuária reforça os planos das novas gerações dos Corrêa Nunes de dar sequência à atividade. “É um sentimento de realização, fruto de perseverança do meu pai, que já passou por muitos momentos de dificuldades”, conta o filho mais velho de “seu” Jarbas e de dona Emire. Os irmãos Flávio e Marcelo também atuam na pecuária de corte. Olyntho considera que o bom relacionamento familiar e os resultados da atividade profissional tornam a vida prazerosa. “Nossa vida é cheia de bençãos. O que mais podemos querer? Nosso sonho é levar isso adiante. É muito gratificante”, resume.
Dieta dos animais
Desmama - Sal mineral C.Vale 20 - ração 16% (1% do peso vivo)
Vacas de cria - Verão - Sal mineral C.Vale 20, de 150 a 200 gramas animal/dia. Inverno - 450 a 600 gramas/dia de Minerplus proteinado 35.
Creep feeding - Bezerros – Ração 16% Proteína Bruta (0,8 a 1% do peso vivo)
Confinamento - Sal mineral Minerplus Campo Bom (150 a 200 gramas animal/dia) e ração dieta total (2 a 2,2% do peso vivo)