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Operação Acolhida: Expectativa x Realidade

Publicado em 19/03/2024

Venezuelano Michael Cequea se surpreende com a acolhida na C.Vale. Ele já trouxe a família para o Brasil

 

Os horizontes profissional e pessoal do analista de melhoria contínua do abatedouro de aves, Michael Andrew Rodriguez Cequea estão a alguns passos à frente de seus compatriotas Oswaldo Malave e Jorge Lopez. Ele é da primeira turma do Programa Moradia. Chegou no Brasil através da Operação Acolhida no dia 1º de novembro de 2022.  Um ano depois, sua família já estava morando com ele em Palotina (PR). A esposa, a professora de ensino fundamental, Gerallid, começou a trabalhar na indústria, em janeiro deste ano.  Os dois filhos, Miguel (15), e Jesus (9), já estão frequentando a escola.

 

“A realidade superou todas as minhas expectativas. A Venezuela sempre será a minha primeira casa, mas o Brasil se tornou minha nova pátria. Meus filhos se formarão aqui. Não gosto de me aventurar. Valorizo quem me deu oportunidade. A C.Vale nos acolheu, nos permitiu voltar a sonhar com um futuro melhor”, diz o especialista em TI.

Validação diploma

 

Formado em Informática, Michael está buscando junto as autoridades a validação de seu diploma. Caso não ocorra dentro do prazo desejado, pretende fazer uma nova faculdade no Brasil. “O dia que deixar de aprender, o crescimento para”, reforça o ex-funcionário público na Venezuela.

Antes da crise corroer seu patrimônio, Michael se enquadrava como classe média.  Segundo ele, hoje em seu país, só existem dois padrões econômicos, baixo e alto.  “O governo nos tirou o direito de trabalhar, sonhar e viver com dignidade”, testemunha.

Depois de cumprido todos os tramites legais para trabalhar no Brasil, carregando apenas uma mala de mão e uma mochila nas costas, Michael revela que foi o primeiro a descer do ônibus no abatedouro de aves, depois de 33 horas de deslocamento, entre conexões em aeroportos e ônibus. “Chegamos às 17 horas. Jantamos e fomos para Francisco Alves. Me deparei com uma casa mobiliada, com toda a comodidade. Nunca fizeram isso por nós no meu país”.

Xícara afetiva

 

Dos pertences pessoais, uma xícara presenteada pela mãe, a dona Marilin, tem um significado especial. “Ela representava a minha família. Uso diariamente para nunca me esquecer que eles são motor da minha vida”. Para o filho do seu José Manoel, as vídeo chamada encurtavam a distância, mas não a saudade. “Esse sentimento vai nos acompanhar por muito tempo, logo que parte da minha família continua na Venezuela”, enfatiza o bilingue Michael.

 

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