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Operação Acolhida: Coração Brasileiro

Publicado em 19/03/2024

Depois de um enfarto, o venezuelano Oswaldo Malave trabalha com mais disposição e segurança

“Se estivesse na Venezuela, não estaria aqui. Lá a saúde é para quem tem recursos. Morreria por falta de atendimento”. O depoimento emotivo é do auxiliar de produção no abatedouro de aves, Oswaldo Malave, de 41 anos. Recém-contratado pela C.Vale, em novembro de 2022, sofreu um infarto e teve que passar por um cateterismo. O pronto atendimento aliviou seu sofrimento e trouxe tranquilidade de dias melhores. “Meu coração é brasileiro”, constata feliz.

Desde niño trabalha. Já fez de tudo um pouco, de motorista a ajudante de pedreiro. “De tudo que já fiz na vida, esse é o trabalho mais digno, tranquilo que já tive. Salário pontual, medicina, alimentação, roupa, não trabalho no sol. Sou um brasileiro grato de coração. Foi essa pátria que me acolheu e tem dado o sustento para minha família”, disse com os olhos marejados.

Natural de Maturin, está no Brasil desde 2021. Trabalhou por alguns meses em Bela Vista (RR), até chegar em Palotina (PR). Pai de quatro filhos, Deliannys (14), Anthony (9), Moises (8) e Oscarlys (5), e companheiro de Yurdes Mari, diz que é com seu trabalho na cooperativa que consegue manter a família na Venezuela.

Presente de Natal

“Quando desembarquei foi um misto de sentimentos. Por um lado feliz, por ter um emprego fixo, mas triste por estar ainda mais longe da minha família. Mas não me arrependo”. Oswaldo fala da tradição venezuelana de usar roupas e sapatos novos no Natal. Segundo ele, depois de muitos anos, pode fazer isso para os filhos. “Pela chamada de vídeo vi a felicidade deles. Mandei até dinheiro para comprar outros presentinhos”, revela orgulhoso.  

Dos sonhos que acalenta, o primeiro deles é trazer seus filhos para perto e comer com eles um dos pratos típicos de seu país, a Arepa (pão), feita com farinha de milho, água e sal. “Não importa se é frita ou assada, o importante é comermos juntos”.

 

 

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