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COOPERATIVISMO: Aprender para empreender

Publicado em 27/05/2022

Lourdes Pastore, de Palotina (PR), fez cursos e apostou na diversificação de atividades

 

 “Antes eu era apenas a Lourdes. Hoje eu sou a líder Lourdes Mattiuzzi Pastore. A mulher que se qualificou, multiplicou os frangos e que coloca, literalmente, a mão na massa.” Esse é o resumo que a produtora e associada da C.Vale faz sobre seu perfil empreendedor.

 

Ela e o marido Dorvalino Pastore transformaram uma área de 21 hectares de terra numa fonte de renda segura, sustentada pela produção de soja e milho e pela diversificação com frangos, massas e cachaça. A produção, em escala comercial, tem garantido qualidade de vida no campo e assegurou o estudo dos filhos Ricardo, Angélica e Leonardo.

O pai de Lourdes fez um adiantamento de herança repassando um pedaço de terra com um aviário e a multiplicação dos frangos foi uma consequência. Hoje são três aviários com uma produção média de 70 mil aves por lote. “Agregamos valor a nossa produção. Como diz o ‘seu’ Lang, a cesta de ovos tem que ser bem diversificada. O frango que come a soja e o milho vira recheio de pizza. A pinga é usada na massa de pastel”, contextualiza.

Desde mocinha Lourdes sempre participou do movimento cooperativo. Começou no grupo de jovens, depois de mães e hoje faz parte do Núcleo Feminino da C.Vale, inclusive  fez parte da coordenação por sete gestões. A paixão pelo cooperativismo vem sendo passada de geração em geração. Dois dos seus três filhos já trabalham na cooperativa. O mais velho entrou como jovem aprendiz e hoje ocupa cargo de gestão. Apesar de outras atribuições, todos continuam envolvidos na gestão da propriedade.

EMPREENDIMENTOS

 

Ao longo de 40 anos, Lourdes participou de vários treinamentos e qualificação se refletiu em sua desenvoltura pessoal e profissional. Ela e o esposo produzem massas de pizza e de pasteis para feiras e mercados, inclusive para a rede de supermercados da C.Vale.

O pastel, com recheio de carne de frango, já é marca registrada no Dia de Campo da C.Vale. As mulheres produzem e vendem centenas deles durante o evento. A renda é revertida em ações comunitárias. Já a fábrica de cachaça é o mais novo negócio da família. Entrou em operação a pouco mais de dois anos. Em média são engarrafados 1.600 litros da aguardente por ano.

AÇÕES DE VOLUNTARIADO

 

O voluntariado também faz parte do DNA de Lourdes. As campanhas encabeçadas pelas entidades que integra, especialmente a dos núcleos femininos, têm feito a diferença. Creches, asilos, escolas e Uopeccan (hospital de câncer) têm sido os maiores beneficiados.  O grupo confeccionou desde bolsas retornáveis com banner reciclados até a revitalização da Escola Celino Rocha de Araújo, compra de livros e doação de maquiagens para circo.

A coroação de uma dessas ações foi a premiação no concurso Cooperativa do Ano OCB/Globo Rural, em 2009, que consagrou Lourdes e um grupo de mulheres com a iniciativa da fábrica de massas. Outro bom exemplo é o acolhimento de mulheres depressivas em rodas de crochê que tem contribuído para a estabilidade emocional de muitas delas.

Para Lourdes, a diversificação, principalmente com frango, aliada ao conhecimento, tem sido a base do desenvolvimento familiar no campo, a condução suave da sucessão e a programação de uma aposentadoria segura.

RAIO X

MATTIUZZI PASTORE

Localidade: Palotina

Área: 21 hectares

Três aviários (70 mil frangos)

1.600 litros cachaça/ano

800 massas pizza/mês