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SUCESSÃO FAMILIAR: Orgulho de ser do campo

Publicado em 08/12/2021

Na família Palharim, em Catuípe (RS), gosto pelas atividades do campo nasce na infância

Quando crianças, Giovane e o irmão Jean Marcos Palharim eram companhia do avô Adelmo Silvério no trator que ele usava para ir à lavoura. Eram os anos 1980 e 1990, quando os problemas de comercialização eram frequentes, principalmente com o trigo, e o agronegócio nem de longe tinha o reconhecimento atual tanto em geração de renda quanto de empregos. As andanças com o avô pelas coxilhas avermelhadas de Catuípe, região das Missões (RS), foram despertando na dupla o gosto pelas atividades do campo. Depois que Adelmo partiu desse mundo, os irmãos passaram a acompanhar o pai Airto   nos trabalhos de cultivo de grãos. “Eu sempre quis trabalhar na lavoura”, conta Giovane, agora com 39 anos. Ele lembra que, nos primeiros anos, a soja rendia de 25 a 30 sacas/hectare.  

 

Ao longo dos anos, a família foi aprimorando técnicas de cultivo, maquinários e utilizando variedades de soja e trigo e híbridos de milho mais apropriados às condições da região. Dois anos atrás, os Palharim recorreram à C.Vale para implantar a agricultura de precisão na área de 150 hectares. “A produtividade ficou mais parelha”, revela o irmão Jean Marcos. No ano passado, o rendimento da soja ficou em 64 sacas/hectare.

Ao mesmo tempo em que começou a apostar na soja, a família também investiu na diversificação de atividades. O rebanho começou pequeno e foi crescendo até chegar às atuais 48 vacas em lactação que produzem aproximadamente 950 litros por dia em sistema misto que envolve pastagem, silagem e ração. O próximo passo dos Palharim é melhorar a genética do rebanho e manter apenas animais da raça holandesa.

 

FAMÍLIA CRESCE

O crescimento não se limitou às atividades. A família Palharim ganhou novos integrantes depois que Giovane conheceu Anelise Souza Costa, então funcionária de uma cooperativa com quem a família mantinha negócios. E da união resultaram João Pedro, 14 anos, Miguel Augusto, 7, e Lívia Maria, 5 anos. Jean Marcos se uniu a Veridiana Heck e o casal gerou Francisco, o quarto neto de Airto e Marina Inês Belinazzo.  As três famílias vivem na propriedade. Para Anelise, as condições de vida no campo mudaram. “O conforto que tem na cidade tem aqui também. Não é como antigamente que não tinha nem televisão. Dá ‘pra’ viver muito bem no campo”, assegura.

Com os filhos à frente dos negócios, “seu” Airto e Dona “Marinês” têm mais tempo para se distrair com os netos. Assim como fizeram com os filhos a quem repassaram a importância de se conduzir pelo valor da honestidade, o casal quer que a gurizada cresça com esse mesmo princípio em mente.  Assim, os avós vão reforçando nos netos o apego ao campo que eles já demonstram espontaneamente. João Pedro, o neto mais velho, gosta da lavoura enquanto que o irmão Miguel prefere os animais. É mais uma geração sinalizando a continuidade dos negócios da família. “Se eles quiserem, vão poder continuar no campo. É uma atividade que dá orgulho, mas tem que gostar”, ensina Giovani Palharim. Enquanto o tempo de pegar no batente não chega, a gurizada se diverte quando a família se junta aos finais de semana para o churrasco coberto de sal grosso preparado por Giovane e Jean Marcos.

 

RAIO X

FAMÍLIA PALHARIM

Município: Catuípe (RS)

Área: 150 hectares

Receita: grãos (60%) e leite (40%)

Rebanho: 48 vacas lactação

Produção: 28.500 mil litros/mês