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Eficiência começa pelo solo

Publicado em 14/07/2021

 

RIO GRANDE DO SUL

Grupo Manjabosco, de Santo Antônio das Missões (RS), investe para melhorar perfil do solo

Anos em que o clima corre de maneira favorável é o que todo produtor espera no início de cada safra. Quando chuva, sol e temperatura se combinam na proporção ideal, as plantas podem expressar grande parte de seu potencial produtivo, mas essa condição não é tão frequente quanto o agricultor gostaria. Se o clima corre desfavorável, o desempenho da planta é afetado, mas o produtor pode amenizar os prejuízos à cultura. Solos bem manejados são capazes de suportar por mais tempo os efeitos de uma estiagem, por exemplo.

Na Fazenda Liberdade, tradicional produtora de arroz e gado em Santo Antônio das Missões, próximo à fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, os proprietários decidiram apostar na soja de verão, a partir de 2018. O Grupo Manjabosco começou a nova empreitada cuidando de seu maior patrimônio: o solo. Contrataram serviço de agricultura de precisão para 40% da área e, com base nos dados, corrigiram a acidez do solo de zero a 40 centímetros de profundidade com calcário e gesso. Utilizaram o escarificador e aplicaram ulexita, um mineral rico em boro, informa o gerente da fazenda Maurício Alan Perin. Com o auxílio da assistência técnica da C.Vale, os Manjabosco definiram um sistema de produção e passaram a cultivar nabo e aveia antes do milho para aumentar o teor de matéria orgânica e auxiliar no controle de plantas daninhas. Nesse sistema, a família cultiva 720 hectares de soja, 230 de arroz e 40 de feijão. O milho ocupa 270 hectares e boa parte do grão é usada para alimentação dos três mil animais/ano das raças Braford, Brangus e Aberdeen Angus que o grupo comercializa. A criação de gado, aliás, é em sistema de rodízio com grãos, a exemplo do que fazem os Manjabosco na fazenda que possuem na Bahia. No caso da soja 2020/21, mesmo enfrentando um período seco de 35 dias, a produtividade média na Fazenda Liberdade ficou em 50 sacas/hectare enquanto que o rendimento médio da região variou entre 38 e 40 sacas. Uma área de soja sob pivô chegou a produzir 112 sacas/hectare.

GESTÃO

Com o hábito de tomar decisões com base nos indicadores de desempenho de cada atividade, os Manjabosco planejam ampliar a agricultura de precisão para 80% da área da propriedade, estimulados pela resposta da soja ao manejo do solo. “São produtores muito organizados, cuidadosos com os detalhes e que colocam tudo o que o solo precisa. Muito eficientes em gestão”, confirma o engenheiro agrônomo da C.Vale Vinícius Andriolo Silveira. De fato, o visitante que chega à sede da propriedade, no Rincão do Meio, entre Santo Antônio das Missões e São Borja, vê uma estrutura impecavelmente organizada e bastante funcional. Galpões separados para máquinas, fertilizantes, defensivos e oficina, além de uma fábrica de rações para o gado.   

O desafio dos Manjabosco agora é seguir investindo na melhoria do perfil do solo para elevar ainda mais produtividade dos grãos. A meta é chegar a 70 sacas de soja/hectare e a 220 sacas de milho/hectare.

RAIO X

GRUPO MANJABOSCO

Fazenda Liberdade

Local: Santo Antônio das Missões (RS)

Área total: 3.200 hectares

Área de cultivo: 1.800 hectares

Área de pecuária: 1.400 hectares

Produção: soja, milho, aveia e feijão

Pecuária: 3 mil bovinos/ano

 

 

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