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MATO GROSSO DO SUL: Genética da prosperidade

Publicado em 13/11/2020

Família de Naviraí investe na pecuária para ampliar rendimentos

 

Clima, grande extensão territorial, avanços tecnológicos e de manejo, e vocação dos produtores fizeram do Brasil uma potência do agronegócio mundial, um grande fornecedor de alimentos. O Centro-Oeste do país deslanchou, nas últimas décadas, como a maior fronteira agrícola do país impulsionada, em grande parte, por agricultores vindos da região Sul, atraídos pelo menor custo da terra. Em Naviraí (MS), está um exemplo do potencial do agronegócio brasileiro. O visitante que chega à Fazenda Marialva encontra uma propriedade bastante arborizada por matas nativas e eucaliptos. Logo na chegada, galpões bem organizados e um ambiente limpo compõem um belo cartão de visitas. Matas que margeiam o Rio Laranjaí emolduram a paisagem e mostram que o país tem gente consciente da necessidade de produzir de maneira ambientalmente racional. Aproximadamente 360 dos 1.815 hectares são ocupados por matas, a reserva legal.

 

A Fazenda Marialva é, ao mesmo tempo, nome da cidade de origem e sede do grupo empreendedor voltado à produção de grãos e à criação de gado. Os Antonini venderam 193 hectares no norte do Paraná, em 1989, para comprar 363 hectares em Naviraí, sudeste de Mato Grosso do Sul. Eles aproveitaram o período de terras ainda baratas, em torno de 100 sacas de soja o hectare, apenas um quinto do valor atual.

A empreitada em Mato Grosso do Sul começou com o cultivo de soja, com rendimento de 50 sacas/hectare. Trigo e feijão irrigado eram alternativas. Os bons resultados impulsionaram os Antonini a iniciar o arrendamento de terras para ampliar o cultivo de grãos, conta Milton, que integra a primeira geração do grupo junto com os irmãos Nelson, José Carlos e Maria Aparecida.

Avanços tecnológicos e melhoria do manejo do solo e das plantas foram elevando produtividades e o grupo expandiu negócios. Hoje são 16 mil hectares de cultivo de soja por ano e 7 mil hectares de milho safrinha por ano. Para dar conta do recado, oito integrantes da segunda geração dos Antonini se dividem entre a administração e a operação das atividades. Alcemir, Almir, Ricardo, Renato, Adriano, Jean, Danilo e Taíse se ocupam das tarefas em dez fazendas, todas em Mato Grosso do Sul.  

 

CRIAÇÃO DE GADO

As tarefas da geração mais nova incluem a pecuária, em parceria com o sócio Cláudio Sabino. A criação de gado Nelore é a segunda fonte de renda do grupo. São 3 mil animais entre touros e novilhas. O gado ocupa dois mil hectares de pastagens, mas também recebe complementação alimentar à base de silagem e ração. As novilhas são mantidas em semi-confinamento, pelo período de 90 a 100 dias. Elas recebem cinco quilos de ração C.Vale por dia, revela Milton. Já os touros consomem de dois a três quilos por dia. A ração passou a ser fornecida, há três anos, após negociação com o médico veterinário Mike Almeida, da unidade de Naviraí, e garantiu ganho de peso diário de 1.400 gramas, 100 gramas a mais do que antes.  “Gostei do resultado da ração. Não é cara e é fácil de manejar”, avalia Milton. O gado criado nas fazendas do grupo consome 450 mil quilos anuais de ração. A alimentação é fornecida por uma equipe de funcionários bastante disciplinada, que segue à risca as recomendações técnicas. O resultado de boa alimentação e do manejo criterioso é a comercialização de 400 a 500 novilhas e 100 touros puro de origem (P.O) por ano.

Satisfeitos com os bons resultados conseguidos com a produção de grãos e a criação de gado em Mato Grosso do Sul, Milton e a esposa Érica dizem que as pequenas Paola, de 7 anos, e Maria Eduarda, de 5, também terão a oportunidade de garantir a prosperidade dos negócios da família, se assim o desejarem.

 

Raio X Antonini

Mato Grosso do Sul

Área de cultivo: 16 mil hectares

Produção de soja: 960 mil sacas

Pecuária: 3 mil animais

Funcionários: 40

Fotos