Topo

MT: Terra de oportunidades

Publicado em 03/07/2020

Família Leite busca na região do Cerrado estabilidade climática para produzir grãos

 A necessidade faz a oportunidade. Muita gente para pouca terra foi o combustível da mudança para a família Leite, de Primeiro de Maio (PR). Com uma área pequena de terras em Miraselva, próximo à divisa do Paraná com São Paulo, a crise dos anos 2005 a 2007, causada por estiagens e baixos preços dos grãos, levou a família a buscar alternativas que garantissem um futuro mais promissor. Venderam 87 hectares na cidade natal e compraram 363 hectares em Cláudia, norte do Mato Grosso. Aproveitaram que as terras para cana-de-açúcar do Paraná estavam valorizadas e conseguiram um bom negócio ao comprar áreas por 65 a 70 sacas de soja por hectare no Cerrado, relembra Antônio Marcos. “Eram terras de pastagem, não tinham fertilidade para grãos”, conta. Ele explica que o principal motivo para a mudança foi a maior estabilidade climática do Centro-Oeste.

 

A nova empreitada começou em 2007 com o cultivo de 290 hectares de soja que renderam pouco mais de 40 sacas/hectare. Nos anos seguintes foram investindo na recuperação do solo com aplicação de calcário e cultivo de milheto. Cinco anos depois venderam outros 145 hectares de terra no Paraná como parte de um negócio para a compra de 748 hectares também em Cláudia. Também eram áreas de pastagens e para acelerar a correção do solo os cinco irmãos que formam a sociedade decidiram utilizar a agricultura de precisão. Faltava assistência técnica, mas a presença da C.Vale resolveu o problema, revela Antônio Marcos. Com o acompanhamento da equipe agronômica, eles acabaram definindo uma fórmula para permitir o máximo aproveitamento das potencialidades do solo. Todo ano, os irmãos Leite aplicam calcário em 30% da área e fazem a subsolagem em outros 20%. Depois da colheita da soja, eles ocupam 70% da área de cultivo com milho safrinha e destinam os 30% restantes à cobertura verde. A estratégia foi apresentando resultados e eles conseguiram chegar a 64 sacas/hectare em 2019 e a 68 sacas/hectare agora em 2020.

MANEJO E ASSISTÊNCIA

Antônio, Agenor, Miguel, Messias e Márcio também têm uma estratégia para a comercialização da produção. Todo ano eles negociam, antecipadamente, 30 sacas de soja por hectare. Os irmãos travam negócio quando a relação de troca é favorável, para garantir os custos. Este ano, a família conseguiu potencializar o bom desempenho da lavoura com a valorização da soja pela disparada do dólar.  

A mudança do Paraná para o Mato Grosso satisfez os irmãos Leite. A infraestrutura melhorou com a construção de trechos de asfalto ligando o estado aos portos do norte do país. “A gente conseguiu melhorar de vida. Mato Grosso é uma terra abençoada”, confidencia Antônio Marcos. A presença da C.Vale, além de garantir assistência técnica, facilitou a aquisição de insumos. “O atendimento é bom, os preços dos insumos são competitivos e a gente compra o que tem vontade, não o que os outros querem vender”, avalia. A família quer progredir ainda mais. “A gente quer ter saúde para trabalhar, terminar de pagar as terras e guardar dinheiro suficiente para custear a safra seguinte.”

Família Leite

Cláudia (MT)

Área própria: 1.163 hectares

Área arrendada:1.351 hectares

Área total: 2.514 hectares

Produtividade soja 2019/20: 68 sacas/hectare

Custo: 30 sacas/hectare