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Covid-19: Proteção de Amor

Publicado em 02/07/2020

Infectologista Emília Sobreira revela a rotina de ser médica e mãe em tempos de Covid-19

 

Em período de pandemia, além do receio de contaminação, os profissionais de saúde também se preocupam em não levar o vírus para casa. A rotina doméstica também foi alterada. Quando volta para casa, Emília Fonseca Sobreira, deixa os sapatos do lado de fora da lavanderia. A médica, de 40 anos, coloca para lavar toda a roupa que usou durante o dia. Em seguida toma banho. Só depois, ressurge para abraçar e beijar o marido Claudio e os filhos, Artur, de 11 anos, e Heitor, de quase dois anos. Mas antes não era assim. O chamego na família era obrigatório logo na chegada. “Proteger, cuidar do outro é uma demonstração de amor, de carinho”, resume a médica.

Se em casa a regra é despir-se de tudo que veio da rua, no trabalho o protocolo é inverso.  Além de estar paramentada da cabeça aos pés para qualquer tipo de procedimento, Emília e os colegas do Dsemt (Departamento de Segurança e Medicina do Trabalho), reforçam todos os protocolos de segurança adotados pela cooperativa. “Trabalhamos em equipe. Somos uma equipe. O espírito de zelo, de cuidado um com o outro ficou mais fortalecido. Se um cai, o outro está li para ajudar a levantar e seguir em frente”, descreve a médica.

Infectologista experiente, Emília relembra sua trajetória em hospitais públicos e privados de Recife (PE), antes de se mudar para Palotina, em janeiro deste ano. Vírus como o HIV, H1N1 e a Meningite Meningocócica faziam parte de seus prontuários. “O que difere essas patologias do Covid-19 é sua agressividade e histórico. Não temos literatura e nem vacina para conter sua disseminação. O único remédio que temos é a prevenção”, reforça.

 

Sintomas e Estatísticas da Doença

A doença ainda não tem tratamento, mas estatísticas demonstram que 30% da população contaminada terá sintomas leves e até assintomática, 55% moderada, 10% grave e 5% sintomas críticos. Porém, explica, a infectologista, não tem como prever em qual pessoa a doença vai evoluir para quadro grave. “Hoje levamos em consideração qualquer sintoma, desde uma leve dor de cabeça até uma queixa de falta de ar. Esse histórico ajuda rastrear possíveis casos”, pontua Emília. Dependendo do quadro clínico, pessoas infectadas, mesmo sem tossir ou espirrar podem transmitir a doença por até mais de 14 dias após o contágio.

Essa rastreabilidade é feita diariamente por um pelotão de profissionais da área de saúde da C.Vale. Os funcionários que trabalham na indústria, por exemplo, são monitorados e acompanhados desde a saída de suas casas até a chegada no abatedouro. Máscaras, ônibus higienizados, aferição de temperatura e questionário sobre seu bem-estar é padrão. “Antes de entrar na indústria todos passam por uma barreira sanitária e durante o expediente são realizadas blitz de monitoramento”, enfatiza a médica.  

A C.Vale conta com três médicas do trabalho: Emília, Simara do Amaral e Carina Prado.

 

 

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