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“A cooperativa me salvou”

Publicado em 06/09/2019

Oportunidade de trabalho na C.Vale permitiu a funcionária escapar da violência doméstica

 

“Quando ainda era criança, fui vítima do meu padrasto. Como não aguentava mais os abusos, fugi aos 12 anos para morar com um homem de 36 anos. Não durou muito. Ele era violento, dizia que ia me matar e jogar meu corpo num poço, caso o traísse. Voltei para casa, mas meu padrasto não me deixava em paz. Dizia que, se não fosse dele, ia viver na ‘zona’, teria que vender meu corpo para sobreviver. Não sei se minha mãe percebia, mas ele falava que me mataria caso contasse.

 

Para me livrar dessa tortura, fugi novamente com um homem mais velho, que nem conhecia direito. Engravidei dele. No começo, me tratava bem, mas a bebida e as drogas deixavam ele violento. Quando passava o efeito, jurava que nunca mais me machucaria. Eu me lembro que ainda na dieta do meu filho, me bateu tanto que fiquei com o rosto e o corpo todo roxo e com um corte na cabeça. Mas como não tinha emprego e nem para onde ir, o jeito era suportar tudo aquilo. Quando mudamos de cidade, consegui um emprego. Mas as humilhações e as agressões continuavam. Ele me xingava de todos os nomes, dizia que eu era migalha, que não servia ‘pra’ nada.

 

A gota d’água foi numa madrugada. Depois de beber muito, ele chegou em casa quebrando tudo e rasgou minha roupa. Para sair viva, pulei a janela só com a parte de cima da roupa e corri com meu filho nos braços. Pedi socorro numa vizinha. Quanta vergonha! Estava praticamente nua e toda machucada. Nesse dia jurei que nunca mais nenhum homem me machucaria. Tomei coragem e denunciei para a polícia. Hoje vivo com medida protetiva. Mas só consegui me libertar de tudo isso porque estava empregada. A cooperativa me salvou! Se não fosse esse trabalho, não sei o que seria de mim. Acho que estava morta.” O relato emocionado, com crise de choro, tremores e pavor nos olhos é de uma funcionária da C.Vale. Hoje, com o salário que recebe, consegue se manter e educar o filho ainda pequeno. Ela diz que a independência econômica garantiu o fim da violência doméstica.           

 

*Imagem ilustrativa

 

 

 

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